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Jatobazinho, uma riqueza de Versos.


Trabalho realizado pelos pesquisadores brincantes de Corumbá e o grupo do Memórias do Futuro na escola Jatobazinho no pantanal corumbaense, afastados da área urbana as crianças ainda mantém a tradição de recitar versos, com uma riqueza incrível, contribuem para a cultura da infância.

Antonio Victor, ainda há esperança !

Por Joelson Soares




Foi nas margens do Rio Paraguai que a cidade de Corumbá se ergueu e movimentou sua economia. Hoje o rio serve como porta de passagem para aqueles que buscam se aventurar pelo pantanal, mas é nessas mesmas margens que podemos encontrar o protagonista da nossa história.

Antônio Victor Soares, 10 anos, filho, neto e fruto de uma longa geração de pescadores e fazendeiros, tem em seu sangue uma carga de anos de homens que viveram em contato direto com a natureza.

Desde pequeno, o menino esperto e hiperativo cresceu nas margens do Rio Paraguai. Seu pai, pescador profissional, entregou ao menino um de seus primeiros e eternos brinquedos: uma varinha de pesca. O menino logo cedo mostrou ter o dom para a coisa, a união entre o homem e a natureza foi crescendo dentro dele, uma liga tão forte que ninguém nunca conseguiu separar, e muitas vezes ele era obrigado pela mãe a sair de perto do rio após passar horas e até o dia inteiro em contato com as águas e tudo a sua volta.

Ele encontrou na natureza sua diversão, a pescaria e o banho de rio, são suas brincadeiras favoritas, para ele não tem nada melhor do que isso, em casa pode se encontrar pelos cantos muitos animais de brinquedo, que servem para matar a saudade das férias que passa na fazenda dos avós, onde se sente em casa, esquece de toda a tecnologia, esquece de toda a civilização, e por ele viveria sua vida inteira entre as árvores e os animais, em contato direto com natureza.

Sempre teve a consciência de que respeitar o ambiente é necessário, aprendeu a ter compaixão pelo menor dos seres vivos. Certo Dia, em uma de suas pescarias, Antônio encontrou uma pequena cobra que estava em seus últimos minutos de vida. O animal que parecia agonizante comoveu o garoto, que não pensou duas vezes, a má fama das cobras não o intimidou, pegou algumas folhas de aguapés, enrolou o animal, e levou para casa para tentar ajudar. Ao ver que nada podia fazer, lacrimejou os olhos, e chorou perante de sua incapacidade, mas Antônio somente pelo gesto se tornou um pequeno Herói.

Enquanto ainda houver crianças como Antônio, que tenham consciência da responsabilidade que o homem tem sobre a natureza, e que dela sempre fizemos parte, ainda haverá esperança de construirmos um mundo melhor para todos, crescendo com respeito ao nosso planeta, e mostrando que ainda há futuro para a humanidade.


"Cada criança que nasce é uma prova de que Deus ainda não perdeu as esperanças em relação á humanidade".  

(Rabindranath Tagore)

Brincadeira sem Fronteiras

Por Joelson Soares
Fabricio estudando no Moinho Cultural
Não existe nada mais belo que o sorriso de uma criança, uma expressão universal de felicidade que ultrapassa todas as fronteiras. E é com o sorriso de uma dessas crianças que começamos nosso artigo. Corumbá, fronteira com a Bolívia, é aqui que encontramos o protagonista de nossa história, Fabrício Alaro Huayta, boliviano, tem 10 anos e mora em Puerto Quijarro, na Bolívia e estuda na escola de artes Moinho Cultural no Brasil. 

Quem vê Fabrício brincando com as outras crianças do lado brasileiro da fronteira não nota diferença alguma, pelo simples fato de não haver diferenças. Assim como toda criança no mundo, Fabrício gosta de brincar e, uma de suas brincadeiras favoritas, é jogar bola. Com a facilidade imensa que a infância tem de imaginar, acaba se sentindo como seu Ídolo Lionel Messi enquanto brinca. Fabrício também confessa que adora jogos de mesa, o seu preferido é o tênis.

Quando perguntado sobre o que acha das brincadeiras do Brasil ele nos responde: “Los juegos son los mismos, solo cambia el nombre”, ou seja, para ele, os jogos são os mesmos, só muda o nome. 

Fabrício é diferente de muitas crianças em um aspecto, ele não gosta de assistir TV, ao invés disso passa o tempo brincando e estudando com o seu instrumento, o violino, quer seguir a vida pela arte e talento é o que não falta para esse garoto que já se mostrou tão habilidoso e dedicado ao instrumento. 

Seja na Bolívia ou no Brasil, Fabrício se diverte brincando, mostrando o quanto somos iguais e que nossas diferenças são menores do que imaginávamos. Podemos falar diversos idiomas e viver nas mais diferentes culturas, mas em nossa essência humana, a felicidade se expressa da mesma forma. 

Aprendemos que não importa quantas barreiras criam os homens, as crianças, que nasceram sem conhecer fronteiras e que guardam dentro de si a esperança de união, sempre a romperam com um simples e não menos poderoso sorriso.
Por Joelson Soares
Dona Zilda com sua boneca Baiana

Entre os dias 26 e 30 de Abril, a cidade de Corumbá-MS sediou o Festival América do Sul, onde diversos artistas latino-americanos puderam mostrar o seu talento, e entre eles encontramos uma senhora, Zilda Ramos Pereira 54 anos, baiana de nascimento, sul-mato-grossense de coração, ela chegou aqui ainda na juventude onde vive até hoje.
Quando criança
, adorava brincar de boneca, pegava as meias velhas do padrinho e enchia de retalhos assim fazia, aos poucos, os braços e as pernas de suas bonecas, com um lápis em toques firmes ia desenhando o rosto da boneca em um  pano com enchimento, com mais alguns finos retalhos  produzia os fios de cabelo.


Foi na infância que começou a produzir suas primeiras bonecas, no início era somente uma diversão, mas o tempo foi passando e Dona Zilda foi aperfeiçoando sua técnica. Hoje todas as bonecas que produz são vendidas para contribuir com seu orçamento familiar.


Dona Zilda produz diversos tipos de bonecas, mas tem sua “xodó”- uma boneca que ela mesma batizou de Baiana, com trajes típicos traz em sua criadora as memórias de sua infância em sua terra natal. Há quem pense que essas maravilhas em pano ficam somente aqui onde são produzidas, mas se enganam pois  as bonecas da Dona Zilda já rodaram o Brasil, passaram por São Paulo e chegaram até Manaus.


Viúva a pouco tempo, além de perder um companheiro de vida perdeu também um colega de trabalho, pois era seu marido que a ajudava a criar suas obras de arte -- as mesmas que quando vendidas ajudavam nas compras dos remédios. 


Dona Zilda mostra que se pode crescer e não deixar de ser criança, e que até mesmo um simples brinquedo pode se tornar em um negócio rentável e ajudar no orçamento da família, em seus olhos percebemos que ela não se cansa de admirar suas bonecas, e conclui com algo que podemos facilmente perceber: “Muitas bonecas não têm a graça que minhas bonecas têm, elas são graciosas".