O mocinho e sua pipa

Giulia Schröder
                                 
Ah, pense só! Esses dias a caminho de um lugar qualquer... dei de cara com um mocinho e sua pipa... felizes da vida, naquele campinho vazio, meio morto... era só a pipa e o mocinho, que mesmo com o sol à escaldar-lhe as vistas, não desgrudava o olhar de sua menina, voando lá no alto! Olhei em volta... só ruas movimentadas, carros, barulheira e gente carrancuda, e mesmo assim, lá estava ele sorrindo e  aí, pude ver! Os carros de repente, tornaram-se gigantes joaninhas que queriam capturar a pipa qualquer custo. O rio lá no meio estava cheio de sereias malignas planejando com seus amigos furões, cortar a linha da vida da pipa! E os urubus que voavam por ali, eram na verdade mensageiros do vento que levavam todas as informações do pequeno príncipe e sua princesa voadora para os gigantes do reino mais próximo... oh, estavam todos querendo acabar com a felicidade do pequenino príncipe e sua amada... mas a natureza, amiga da princesa pipa, os protegia de todo o mal, as nuvens, dançarinas do céu espantavam os mensageiros com sua dança maluca e os senhores árvores, com suas mágicas flautas acuavam de lá os furões que acuavam de lá as sereias que nadavam de volta para o reino mais próximo, onde punham para dormir com o seu canto, os gigantes de lá, que antes de ninar, traziam para casa as joaninhas que tanto estimavam, fazendo com que as estradinhas coloridas ficassem cinzas de novo, os carros, cinzas, o rio, virou córrego de novo as árvores fixas na terra como antes e no céu, as danças cessando aos poucos, e o campinho, de novo meio morto, e depois era só a pipa e o mocinho, que mesmo com o sol à escaldar-lhe as vistas, não desgrudava o olhar de sua menina, voando lá no alto!